Fique por Dentro

Uma excelente dica para quem não abre mão da tradição    

Saiba quais os peixes mais saudáveis para a Semana Santa

Nunca se comeu tanto peixe no Brasil. Só nos últimos sete anos, o consumo subiu 40%. Quem está de dieta, então, não pensa duas vezes. Mas será que todo peixe é light? O Inmetro quer incentivar o consumidor a se alimentar de forma cada vez mais saudável e consciente. Por isso, avaliou o teor de gordura nos peixes mais consumidos no Brasil.

O badejo e o cherne são encontrados em alto mar. Já o namorado, a sardinha, a pescadinha e o robalo estão presentes em grande parte da costa do Brasil. Os últimos três são peixes de água doce: a truta, comum na Região Sudeste; e duas estrelas da Região Amazônica: o pirarucu e o filhote, também conhecido como piraíba.

“Pegamos esses peixes, e fizemos eles grelhados, fritos e refogados e avaliamos o comportamento dos teores de gordura e colesterol nesses nove tipos de peixe”, afirmou o diretor substituto da Qualidade do Inmet, Paulo Coscarell.

Vamos ao primeiro tipo de preparo: peixe grelhado. Atenção para os resultados, porque a diferença de gordura entre os peixes chegou a 900%. Os mais gordurosos são a pescadinha, o filhote e a truta. Entre os grelhados mais saudáveis, ficaram o badejo, o robalo e o namorado.

Que tal um peixinho frito? Os campeões de gordura nessa modalidade são a pescadinha e a sardinha. Com 300 gramas, lá se vão 90% da nossa cota diária de gordura recomendada. De vez em quando, não tem problema. Agora, se você não resiste a um fritinho, saiba que o badejo e o namorado as opções mais leves.

Em fevereiro, o Inmetro mediu os níveis de gordura e colesterol na feijoada. Quem analisou os resultados foi o cardiologista Carlos Scherr.

Agora o Inmetro também mediu o teor de colesterol dos peixes. O badejo e o namorado grelhados são os que oferecem menos quantidade dessa gordura, que em excesso pode entupir as artérias do coração. Já o primeiro lugar disparado ficou com o pirarucu refogado, seguido pelo cherne grelhado ou frito e pela pescadinha frita.

“A gente fala muito de colesterol e não fala de gordura saturada. A gordura saturada é uma coisa que, quando a gente come, se transforma dentro da gente em três vezes mais colesterol. Então, é importante saber a gordura saturada, e os peixes têm baixa gordura saturada”, explica o cardiologista Carlos Scherr.

Entre os peixes analisados, os campeões de gordura saturada foram o filhote grelhado ou refogado, o pirarucu refogado, a sardinha frita e o cherne refogado na manteiga.

“Boa parte daqueles que têm mais gordura ruim, a gordura saturada, eles também têm mais a gordura boa, que é o ômega 3”, acrescenta o cardiologista Carlos Scherr.

O ômega 3 é um tipo de gordura altamente benéfica que precisa ser ingerida, porque não é produzida pelo nosso organismo. Protege o coração, o sistema circulatório e ainda fortalece as nossas defesas.

As grandes campeãs de ômega 3 foram a pescadinha frita e a sardinha frita.

“Mais vale um peixe gordo do que uma carne de boi magra. O peixe gordo jamais será tão gordo quanto uma carne magra, porque o peixe faz exercício o tempo inteiro”, explica o cardiologista Carlos Scherr.

Vai caprichar na peixada? O Inmetro analisou também a gordura presente em quatro tipos de azeite. Descobriu que praticamente não há diferença entre o azeite de oliva comum, o virgem e o extra-virgem, o que é uma ótima noticia para o consumidor

“Já que eles são muito semelhantes, ele pode levar em consideração, por exemplo, o preço e o sabor. Claro que também tem uma influência com relação ao sabor”, disse Paulo Coscarell.

Já o azeite de dendê, da boa moqueca baiana, apresentou quase três vezes mais gordura saturada do que os outros tipos de azeite.

“Mesmo ele tendo um percentual de gordura saturada maior, ele é um azeite que é usado eventualmente. Você não usa o azeite de dendê todos os dias”, completou Paulo.

Fonte: 180graus